Em
carta aberta, reproduzida em diversos blogs, mas que a mídia não ousa
comentar, o Procurador do Ministério Público e ex Ministro da Justiça,
no governo Dilma, o Doutor (este faço questão de colocar o título, e com
letra maiúscula) Eugênio Aragão, aniquilou com o playboy de sacristia,
Deltan Dalagnol, o do Power Point, o que não tem caráter, só convicções.
Sobrou no rabo do Moro também.
O motivo foi o amigo do japonês bonzinho ter postado que quem não concorda com a Lava Jato é vira-lata.
Como eu gostaria de ter escrito esta carta!
Claro que o contínuo do Moro, contínuo da Cia, não vai responder.
Estou de alma lavada, enxaguada e no varal, feliz por ver uma nulidade reduzida ao que é, só uma nulidade.
Eis a carta, na íntegra, de leitura obrigatória:
“Minha cartinha aberta ao Dallagnol:
Meu caro colega Deltan Dallagnol,
“Denn
nichts ist schwerer und nichts erfordert mehr Charakter, als sich in
offenem Gegensatz zu seiner Zeit zu befinden und laut zu sagen: Nein.”
(Porque
nada é mais difícil e nada exige mais caráter que se encontrar em
aberta oposição a seu tempo e dizer em alto e bom som: Não!). Kurt Tucholsky
Acabo
de ler por blogs de gente séria que você estaria a chamar atenção, no
seu perfil de Facebook, de quem “veste a camisa do complexo de
vira-lata”, de que seria “possível um Brasil diferente” e de que a hora
seria agora. Achei oportuno escrever-lhe está carta pública, para que
nossa sociedade saiba que, no ministério público, há quem não bata
palmas para suas exibições de falta de modéstia.
Vamos
falar primeiro do complexo de vira-lata. Acredito que você e sua turma
são talvez os que têm menos autoridade para falar disso, pois seus
pronunciamentos têm sido a prova mais cabal de SEU complexo de
vira-lata. Ainda me lembro daquela pitoresca comparação entre a
colonização americana e a lusitana em nossas terras, atribuindo à última
todos os males da baixa cultura de governação brasileira, enquanto o
puritanismo lá no norte seria a razão de seu progresso. Talvez você
devesse estudar um pouco mais de história, para depreciar menos este
País. E olha que quem cresceu nas “Oropas” e lá foi educado desde menino
fui eu, hein… talvez por isso não falo essa barbaridade, porque tenho
consciência de que aquele pedaço de terra, assim como a de seu querido
irmão do norte, foram os mais banhados por sangue humano ao longo da
passagem de nossa espécie por este planeta. Não somos, os brasileiros,
tão maus assim, na pior das hipóteses somos iguais, alguns somos
descendentes dos algozes e a maioria somos descendentes das vítimas.
domingo, 26 de fevereiro de 2017
Como a mesma mídia que destruiu Dilma fracassou miseravelmente na construção de Temer.
Não tinha me dado conta, em 30 anos de redações vividos sobretudo na Abril, do poder destruidor da imprensa.
Só consegui enxergar as coisas de fora. Verdade que o jornalismo de guerra é uma coisa relativamente nova.
A Veja foi pioneira, logo depois da eleição de Lula em 2002. O resto da mídia foi progressivamente aderindo à guerra.
Hoje, você não distingue, na essência, na alma, a Veja e o Jornal Nacional, para ficar num caso.
Isto posto, em minhas reflexões sobre meu ofício compreendi só agora o que se poderia chamar de “Maldição da Mídia”.
Ela destrói, mas não constrói. Um poder de destruição avassalador, mas impotência total na construção.
A maldição fica clara quando você examina o que foi feito de Dilma e o que está sendo feito com Temer.
As companhias jornalísticas acabaram com Dilma. Reduziram-na a nada. Inventaram uma mulher que era analfabeta, incompetente, grosseira e, sobretudo, corrupta.
Não concederam a ela sequer o desejo legítimo — e sustentado pela boa gramática — de ser chamada de presidenta.
Machado de Assis usou a palavra presidenta, mas os barões da mídia e seus sequazes acharam que sabiam mais que Machado.
O trabalho de extermínio de Dilma acabou dando nas convocações para protestos de um público manipulado e idiotizado pela mídia mesma.
Um clássico dos crimes editoriais foi a infame capa, às vésperas da eleição de 2014, em que a Veja afirmava que Dilma e Lula sabiam tudo sobre o Petrolão. A fonte era um alegado delator.
Você tem uma ideia da barbaridade daquela capa quando vê o teor das delações da Odebrecht.
Dilma acabaria virando terra arrasada. O jornalismo de guerra triunfou na obra de devastação de Dilma — e da democracia, e de 54 milhões de votos.
Só consegui enxergar as coisas de fora. Verdade que o jornalismo de guerra é uma coisa relativamente nova.
A Veja foi pioneira, logo depois da eleição de Lula em 2002. O resto da mídia foi progressivamente aderindo à guerra.
Hoje, você não distingue, na essência, na alma, a Veja e o Jornal Nacional, para ficar num caso.
Isto posto, em minhas reflexões sobre meu ofício compreendi só agora o que se poderia chamar de “Maldição da Mídia”.
Ela destrói, mas não constrói. Um poder de destruição avassalador, mas impotência total na construção.
A maldição fica clara quando você examina o que foi feito de Dilma e o que está sendo feito com Temer.
As companhias jornalísticas acabaram com Dilma. Reduziram-na a nada. Inventaram uma mulher que era analfabeta, incompetente, grosseira e, sobretudo, corrupta.
Não concederam a ela sequer o desejo legítimo — e sustentado pela boa gramática — de ser chamada de presidenta.
Machado de Assis usou a palavra presidenta, mas os barões da mídia e seus sequazes acharam que sabiam mais que Machado.
O trabalho de extermínio de Dilma acabou dando nas convocações para protestos de um público manipulado e idiotizado pela mídia mesma.
Um clássico dos crimes editoriais foi a infame capa, às vésperas da eleição de 2014, em que a Veja afirmava que Dilma e Lula sabiam tudo sobre o Petrolão. A fonte era um alegado delator.
Você tem uma ideia da barbaridade daquela capa quando vê o teor das delações da Odebrecht.
Dilma acabaria virando terra arrasada. O jornalismo de guerra triunfou na obra de devastação de Dilma — e da democracia, e de 54 milhões de votos.
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