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terça-feira, 11 de abril de 2017

Estudo liga preconceito a pessoas de baixo QI

Se o desenvolvimento da civilização é tão semelhante ao do indivíduo, e se usa os mesmos meios, não teríamos o direito de diagnosticar que muitas civilizações, ou épocas culturais - talvez até a humanidade inteira - se tornaram neuróticas sob a influência do seu esforço de civilização?

Sigmund Freud

O estudo revela que crianças com baixo QI estão mais dispostas a realizar atitudes preconceituosas quando se tornarem adultas

Um estudo feito pela Universidade de Ontario, no Canadá, parece ser bastante provocador. A pesquisa chegou à conclusão de que pessoas menos inteligentes – sim, isso é um eufemismo – são mais conservadoras, preconceituosas e racistas.

O estudo revela que crianças com baixo QI estão mais dispostas a realizar atitudes preconceituosas quando se tornarem adultas. A pesquisa foi publicada na revista Psychological Science


A descoberta aponta para um ciclo vicioso, em que esses adultos com pouca inteligência ‘orbitam’ em torno de ideologias socialmente conservadoras, resistentes à mudança e que, por sua vez, geram o preconceito.  


As pessoas menos inteligentes seriam atraídas por ideologias conservadoras, segundo o estudo, porque oferecem ‘estrutura e ordem’, o que dá um  certo ‘conforto’ para entender um mundo cada vez mais complicado. 

“Infelizmente, muitos desses recursos também podem contribuir para o preconceito”, disse Gordon Hodson, pesquisador chefe do estudo, ao site Live Science

 Ele salientou ainda que, apesar da conclusão, o resultado não significa que todos os liberais são ‘brilhantes’ e nem que todos os conservadores são ‘estúpidos’. A pesquisa é um estudo de médias de grandes grupos, disse Gordon Hodson.
Gordon Hodson
Hodson afirma que “menor capacidade cognitiva pode levar a várias formas simples de representar o mundo e uma delas pode ser incorporada em uma ideologia de direita, onde ‘pessoas que eu não conheço são ameaças’ e ‘o mundo é um lugar perigoso ‘…”.

A grande contribuição dessa pesquisa pode ser a criação de novas formas de combater o racismo e outras formas de preconceito. “Pode haver limites cognitivos na capacidade de assumir a perspectiva dos outros, particularmente estrangeiros”, entende Hodson, já que a crença corrente é que o preconceito tem origens emocionais, não cognitivas.


Talvez essa pesquisa explique o avanço da direita em alguns países do mundo e o ressurgimento de grupos neo fascistas na Europa.

No Brasil a volta da classe média rancorosa, saudosista e grupos ligados ao Bolsonaro.



Matéria Original

Sobre a Psychological Science(PSS ), o jornal de pesquisa empírica mais bem classificado em psicologia do mundo, é uma revista mensal com artigos com pesquisas de ponta na área, relatórios curtos, e relatórios de pesquisa que abrangem todo o espectro da ciência da psicologia. Psychological Science é a fonte para as últimas descobertas e desenvolvimento cognitivo e psicologia social da saúde , bem como a neurociência comportamental e biopsicologia.

Link pra pesquisa: http://sci-hub.io/10.1177/0956797611421206

Lower Cognitive Ability Predicts Greater Prejudice Through Right-Wing Ideology and Low Intergroup Contact


Abstract (em inglês)

Despite their important implications for interpersonal behaviors and relations, cognitive abilities have been largely ignored as explanations of prejudice. We proposed and tested mediation models in which lower cognitive ability predicts greater prejudice, an effect mediated through the endorsement of right-wing ideologies (social conservatism, right-wing authoritarianism) and low levels of contact with out-groups. In an analysis of two large-scale, nationally representative United Kingdom data sets (N = 15,874), we found that lower general intelligence (g) in childhood predicts greater racism in adulthood, and this effect was largely mediated via conservative ideology. A secondary analysis of a U.S. data set confirmed a predictive effect of poor abstract-reasoning skills on antihomosexual prejudice, a relation partially mediated by both authoritarianism and low levels of intergroup contact. All analyses controlled for education and socioeconomic status. Our results suggest that cognitive abilities play a critical, albeit underappreciated, role in prejudice. Consequently, we recommend a heightened focus on cognitive ability in research on prejudice and a better integration of cognitive ability into prejudice models.


Leitura e palestra complementar 

Debate da mesa "Conservadorismo e Fascismo", durante o Fórum Conservadorismos, Fascismos e Fundamentalismos, organizado pelo Fórum Pensamento Estratégico (PENSES) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no dia 30 de agosto de 2016, no Centro de Convenções da Unicamp. Com mediação de Ronaldo de Almeida, professor do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Unicamp, e participação de Tales Ab’Saber, professor de Filosofia da Psicanálise no Curso de Filosofia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Álvaro Bianchi, professor do Departamento de Ciência Política da Unicamp, e comentários de
Joanildo Burity, professor colaborador dos Programas de Pós-Graduação em Sociologia e Ciência Política da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).


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