Cursos 24 Horas - Cursos 100% Online com Certificado
Cursos Online com Certificado - Cursos 24 Horas - Matricule-se!

Páginas

sábado, 8 de abril de 2017

Golpistas que usam a religião para explicar o inexplicável



Conservadores radicais também têm reagido com ódio ao crescimento da consciência da diversidade religiosa, à autoafirmação dos ateus e neopagãos contra o preconceito, à popularização de correntes esotéricas new-age e orientais, à multiculturalidade e às demandas pela laicidade do Estado.

Para eles, os “valores cristãos” estão sendo “esquecidos” e “vilipendiados”, e a “imoralidade” e a “cristofobia” têm ameaçado colapsar a ordem social do ocidente, que “sempre foi cristão”.

Só que, se observarmos bem, notaremos que o pior opositor das virtudes e princípios morais defendidos por Jesus Cristo no Novo Testamento nem de longe são os não cristãos, mas sim a própria “direita cristã”. Afinal:

Enquanto Jesus defendia os mansos, os misericordiosos e os sedentos de justiça, a “direita cristã” tem sido inaceitavelmente raivosa, desprovida de misericórdia e injusta ao declarar ódio às minorias políticas; defender linchamento, pena de morte e violência policial abusiva e aceitar a criminalização de inocentes;
 
Enquanto Jesus afirmava que seria mais fácil um camelo passar por dentro do buraco da agulha do que um rico entrar no Reino dos Céus e aconselhava seus seguidores a darem tudo o que tinham de posses aos pobres, as grandes igrejas pentecostais exaltam a opulência de seus administradores e “ensinam” seus fiéis a ansiarem por dinheiro e riqueza material e desprezarem a dignidade humana;
 
Enquanto Jesus orienta os cristãos a não julgarem para não serem julgados, os conservadores assumidos são os primeiros a apontarem dedos venenosos, muitas vezes de maneira criminosa, contra quem é e pensa diferente deles, com racismo, machismo, homofobia, transfobia, ódio social, intolerância política etc.;
 
Enquanto Jesus abençoava os que sofriam perseguição por causa da justiça, os conservadores têm aplaudido cada ação de repressão e injustiça estatal contra minorias como jovens negros pobres e militantes de esquerda;
 
Enquanto Jesus defendia que se dê “a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”, a bancada teocrática, especialista em misturar religião (corrompida) com política, tem pavimentado o caminho de impor ao Brasil uma espécie de clerofascismo pentecostal;
 
Enquanto Jesus expulsava vendilhões do templo, a direita “evangélica” tem faturado milhões no seu trabalho de converter a fé cristã em oportunidade de negócio e merchandising;
 
Enquanto Jesus era injustiçado num julgamento no qual a população optou por soltar Barrabás, os “cristãos” adeptos do ódio social louvam os Barrabases do século 21 e vociferam insultos contra quem defende compaixão, justiça social, misericórdia, coerência moral e outros valores que, de acordo com a Bíblia, saíram da boca do próprio Cristo;

 
Entre muitos outros exemplos de hipocrisia moral que tornam a religiosidade dessas pessoas uma mera concha vazia.

Se a moralidade cristã está em decadência hoje em dia, a responsabilidades disso é dos próprios que enchem a boca para se dizerem “cristãos” mas tratam como lixo os valores ético-morais do cristianismo.

Texto complementar de  Mailson Ramos 

Janaína Paschoal disse que quem iniciou o impeachment de Dilma foi Deus. Ora, Deus não gostaria de ser comparado com Eduardo Cunha e sequer foi ele o recebedor de R$ 45 mil reais para engendrar uma denúncia contra a presidenta Dilma sem crime de responsabilidade, um processo jurídico anômalo em que não se encontram os fatos que possam incriminá-la.

Magno Malta, aquele que cerra os dentes e vocifera como um pastor pregando contra Satanás – é o que eles mais gostam de fazer – disse na noite de hoje que Dilma será cassada por Salomão. Ele não tem vergonha de citar um dos personagens mais justos das histórias bíblicas para fazer referência a esta sujidade que é o processo de impeachment, nascido de uma vingança e finalizado por acordos ainda mais imundos.
Por ocasião do processo de cassação de Dilma Roussef
Trazer a questão religiosa neste momento envolve a subjetividade que o processo jurídico dispensa. Se os fatos não conseguem, por si, incriminar a presidenta Dilma, o mais fácil é encontrar em objetos internos e espirituais a explicação para esta bandalheira que mata o povo de vergonha. Não estão decidindo por suas consciências, mas por cargos; não estão escolhendo pelo bem dos brasileiros, mas por sua satisfação pessoal; o ocaso da democracia não lhes punge, porque sobre o seu catafalco pisotearão a festejar a tomada do poder.

O mesmo uso da religião fez Eduardo Cunha ao comprar domínios na internet utilizando-se do nome de Jesus. Cultos evangélicos se tornaram frequentes desde que ele assumiu a presidência da Câmara, em fevereiro de 2015. A bancada evangélica se regozijava com as declarações de Cunha a respeito da fé; foi ele o anfitrião de Michel Temer numa igreja evangélica, no Rio de Janeiro, quando o interino admitiu entregar as tarefas mais difíceis à fé do aliado. E o que resultou disso? Pautas bomba, corrupção, propinas, chantagens, vinganças, ameaças.



A religião e a fé são indispensáveis, desde que não sejam usadas descaradamente para ludibriar. Quando, na USP, protagonizou aquele espetáculo horrendo, Janaína Paschoal não pensou nos netos da Dilma e em Deus. Quando disse que acabaria com república da jararaca não trazia no coração preceito religioso ou humanístico algum. E por que este clima ecumênico agora? É para mascarar que o ínfimo de suas consciências está sendo corroído pela má batalha. É o lado certo da história que grita dizendo: ‘você está do lado errado’.
Talvez não tenhamos que esperar cinquenta anos para que se admita este golpe. Em 1964 os jornalões diziam não haver ditadura alguma. O mergulho abismal que o Brasil dará nem mesmo os anjos do Senhor o salvarão. E não o salvarão de uma trama urdida durante mais de um ano para entregar o poder a quem não merece. Coisa triste é um país que dá ouvidos a charlatões políticos metidos a pastor.
Porque da ira e dos conchavos deles nem mesmo Deus escapa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

1) Dê a sua opinião, qualquer que seja
2) Respeite a opinião alheia, qualquer que seja
3) Mantenha-se no tema
4) Mantenha-se no campo dos argumentos
5) Não ofenda os demais participantes (isso inclui o jornalista)
6) Não incite a violência, a intolerância ou o preconceito contra ninguém, sob nenhum pretexto
7) Não use caixa alta. No mundo virtual, isso é grito
8) Idealmente, procure usar argumentos que não foram dados previamente ao longo da discussão
9) O comentarista tem a responsabilidade legal sobre o que escreveu. Use seu comentário com inteligência.