Vibradores, prolongadores de ereção, anéis penianos, géis excitantes. Dispostos em uma estante no meio de uma feira erótica, os produtos sexuais não causariam espanto, não fosse por um detalhe: são direcionados ao público evangélico. Entre os destaques do evento Sexy Fair, que começa nesta terça-feira e vai até domingo, no Centro de Convenções Sul América, no Centro do Rio, estão os artigos da loja Secret Toys — “brinquedos secretos”, em português — que pertence ao casal evangélico João Ribeiro, de 40 anos, e Lídia Ribeiro, de 33. O trabalho da dupla vai além da venda dos produtos. Há cinco anos, eles prestam consultoria para casais evangélicos que desejam conhecer cosméticos do prazer sem ferir os princípios religiosos.
Do G1
Drinks afrodisíacos, lojas com fantasias, lingerie e apetrechos, salas
escuras e reservadas para brincadeiras apimentadas, palestras sobre
sexualidade, shows, festas e, eventualmente, uma stripper seminua
andando pelo local entre uma sessão e outra: tem de tudo na Sexy Fair,
maior feira de mercado erótico do país que, até o domingo (23), acontece
no Centro de Convenções SulAmérica, na Cidade Nova, Centro do Rio.
As mulheres, de todas as idades, são a maioria na feira, que também
atrai muitos casais atrás de novidades para apimentar a relação.
“É uma feira de entretenimento para as pessoas virem aqui e aumentarem a
libido, tem muitas brincadeiras eróticas, concurso de Miss Transex,
Deusa Plus Size, e também muitos debates, como por exemplo sobre a
sexualidade das pessoas com deficiência, sexualidade das pessoas
transgênero, com o [deptuado federal pelo PSOL] Jean Willys,
empoderamento feminino, muitas coisas”, conta Osmar Gil, idealizador e
responsável pela Sexy Fair.
As brincadeiras eróticas incluem uma sala com jogo de sombras sensual,
uma com tequileiros, um castelo sadomasoquista, sessões de stripper
feminino e masculino (o último, com salas lotadas), espaços para
massagens, um pênis mecânico gigante, uma sala onde todos entram
vendados.
A contabilista Lorena Gondim, de 26 anos, estava na feira nesta terça.
Ela contou que veio aproveitar as brincadeiras e palestras. “Vim
pensando no entretenimento, vi que ia ter uma palestra sobre orgasmos
múltiplos e fiquei bem interessada, porque os produtos de sex shop eu já
estou a par. Acho que para quem não está acostumado é interessante
começar com uma fantasia e depois ir introduzindo os brinquedinhos”,
opina ela.
“As pessoas ainda têm muito preconceito com relação a sex shop e
produto erótico. Por conta disso, têm medo que os outros pensem qual é a
verdadeira intenção de ir numa feira erótica. Ainda tem essa cultura de
que sex shop é um ambiente masculino, ligado à pornografia, mas a
partir do momento que elas começam a visitar a feira, elas veem que há
muitos casais, e começam a se acostumar, mas isso é um processo que vai
levar um determinado tempo”, diz Paula Aguiar, presidente da Associação
Brasileira do Mercado Erótico e Sensual (Abeme).
Ao contrário do que o senso comum costuma pressupor, Paula afirma que a
maioria absoluta das compradoras são mulheres, que compram produtos
para usarem com parceiros fixos. "As mulheres que compram estão em
relações estáveis, não levam brinquedos para sexo casual", afirma.
No Brasil, o mercado erótico movimenta R$1 bilhão por ano e emprega
cerca de 100 mil pessoas, direta e indiretamente. No Rio, há cerca de
500 pontos de vendas de produtos eróticos e o estado ocupa a 2º posição
em compras online do setor no país, ficando atrás apenas de SP, de
acordo com dados da Abeme.
Sucessos e novidades na feiraOs
vibradores estão por todo lugar. Com inúmeros formatos e tamanhos, que
vão de R$20 a R$2 mil reais, são um dos produtos mais procurados.
“O vibrador, ao contrário do que as pessoas pensam, não é pra viúva
carente e nem pra solteira saliente. Isso ficou pra trás, o vibrador é
pra qualidade de vida íntima, para a mulher desenvolver a feminilidade,
para conhecer melhor o corpo dela, ter e dar prazer, porque quem sabe
ter prazer, sabe dar”, diz Mirna Zelioli, vendedora da loja Lovetoys.
Entre as opções, há plugs anais com 10 vibrações diferentes, modelos
com controle remoto, vibradores com ondulações que desenvolvem o músculo
pélvico, estimuladores clitorianos, modelos que reproduzem os
movimentos do sexo oral, massageadores destinados a tocar o ponto G, e,
inclusive, alternativas com câmera e transmissão wi-fi.
“Ele tem seis vibrações diferente e é à prova d’água. Você pode usar
ele praquela hora, aquela brincadeirinha, filmar as imagens daquele
momento a dois e mandar por wi-fi pro seu computador”, conta Mirna.
Quem acha que o público evangélico pode ficar deslocado em uma feira
erótica vai se surpreender. O evento conta com linhas de produtos
completamente destinada aos cristãos casados que, longe do pecado,
querem turbinar o sexo no casamento.
“O público evangélico acabou descobrindo a cosmética sensual como uma
ajuda do relacionamento. Daí o interesse em surgir uma linha pensada
para esse público, aí a gente desenvolveu todos os produtos pensados. A
embalagem é mais discreta, com cheiros mais suaves. Foi uma linha que
começou com alguma desconfiança, mas as pessoas entenderam o conceito,
gostaram da ideia e compraram os produtos”, conta João Ribeiro, que,
junto à mulher Lídia Ribeiro, idealizou a linha, que, hoje, corresponde a
25% do total de vendas da marca.
Sensação da feira, o cordão de pérola, que ficou famoso em grupos de
mulheres em redes sociais, era um dos produtos mais procurados. Para
quem ainda não conhece, vai uma tentativa de explicação didática que não
prejudique a credibilidade e seriedade deste portal.
Vejam vídeo com Rebeca Francis, ex miss bumbum evangélica
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